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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Quando teremos um ano novo de verdade?

Quando teremos um ano novo de verdade?

Mais um fim de ano. Para mim, eles já somam 19. Dizem que agora tudo será melhor. Não acredito, tudo continua angustiantemente igual, ao passo que desalentadoramente diferente. Terminais rodoviários cheios e cabeças vazias. Como se o enorme barulho causado por conversa, criança ou pandeiro fosse capaz de nos preencher, de sufocar o silêncio constrangedor que insiste em nos lembrar, e sempre de modo inconveniente, de nossa impotência, nossos medos, nossos segredos, nossa imperfeição.

Celulares, milhões deles. Cada um com o seu, e todos melhores que o meu. Graças a Deus. Os aparelhos são trocados constantemente, assim como os amigos, os amores, o caráter. Viva a Era do Consumo Desenfreado. Agora a moda é ter celulares que tocam músicas em volume alto, para que todos possam ouvir - e quanto pior a música mais alto parece ser o volume do som. Onde foram parar os benditos fones de ouvido? As pessoas parecem não mais existir para si próprias, na verdade parecemos todos pobres coitados nos sacrificando para chamar a atenção dos demais. Todos. Capazes do mais deprimente e desesperado uivo em busca de olhares de admiração (profundamente gratos e aliviados, no entanto, diante de qualquer reação que ultrapasse o simples e inaceitável "pouco caso"). E como me incomoda ser obrigado a compartilhar dos barulhos dos outros. Não suporto nem sequer os meus próprios. Apareço, logo existo. Por quê?

Chegamos ao litoral sem notar o trabalho do motorista do ônibus, do vendedor de passagens, da atendente da lanchonete. Mas chegamos aonde queremos alegres e felizes, e em grande medida por causa deles. Eles não chegam aonde querem, não passam o Ano-Novo com as pessoas que amam. Nossa culpa?

Chega a hora. A mais esperada e curiosa de todas. À caminho da praia, mãos carregam garrafas cheias de champanhe. As mesmas mãos humanas, um pouco mais marcadas pelo trabalho forçado de uma vida precária, carregam sacos igualmente cheios. Sacos cheios de latas vazias. E cheios de sofrimento também. E talvez muito mais cheios de dignidade e esperança do que nós e nossas existências vazias vestidas de branco e preenchidas de champanhe. (Digo "nossas" pois também participo do ritual e carrego a minha garrafa, e não sei dizer exatamente se sinto mais prazer ou culpa por isso.)

Sorrisos branquíssimos porém falsos, narizes empinados, e a atenção toda voltada para o céu. É sempre assim, todos de olho no Céu, enquanto a miséria notória ao redor é ignorada, enquanto pessoas são pisadas aqui nesta Terra. Shows pirotécnicos iluminam o céu do presente. E nublam o céu do futuro. Mas para que se preocupar? É Ano-Novo, minha gente. E, no próximo ano, tudo será diferente. A preocupação com o meio ambiente só cai bem em determinados momentos, deixemos nossa responsabilidade ambiental guardada junto aos moletons e casacos de lã. Afinal, não sejamos radicais. Saibamos buscar o equilíbrio e a tolerância. É preciso aceitar um pouquinho de corrupção e hipocrisia de vez em quando. Tudo faz bem na medida certa, apenas o que é demais faz mal. Sinceridade demais, então, nem se fala, não é mesmo? Ah, como me custa essa lição... receio ainda ter um longo caminho a percorrer até realmente aprendê-la. E talvez nunca a
aprenda de verdade.

Os fogos estouram e eu, máquina com defeito, compreendo meus semelhantes cada vez menos, o que me traz a dúvida perigosa de que talvez não sejamos tão semelhantes assim. Penso em como as futuras gerações vão nos ver como imbecis. Assim como nós rimos dos mais curiosos rituais do passado - ou seja, dos que destoam do nosso pretenso mundinho avançado e civilizado -, elas vão gargalhar de nós e de nossos ritos inexplicáveis. Pelo bem deles, espero que pensem assim e que riam até doer a barriga. E que barrigas absolutamente só doam por causa disso. Que sirvamos ao menos de exemplo do que não deve ser feito.

Enquanto isso, bebo o meu champanhe pela boca e pelo nariz. Bebo tudo rapidamente para me livrar o quanto antes desse símbolo de que pertenço ao lado nobre da festa. Acabo com a garrafa que me separa dos meus iguais. E, assim, consigo esquecer toda a chatice que eu mesmo escrevi acima. Abraço a todos. Desejo feliz Ano-Novo até a quem não conheço. A quem gosto e a quem não gosto. E a quem não gosto nem desgosto. E, a cada gole de álcool, pareço mais perto das pessoas ao meu redor. E muito, muito mais longe do que Deus e eu esperamos desta espécie, que surpreendentemente sobrevive mesmo perseguindo com todas as suas forças a extinção.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Senado aprova isenção de impostos para material escolar.

Qua, 16 Dez, 08h42

Materiais escolares poderão ficar mais baratos conforme projeto aprovado hoje à noite pelo Senado. O texto prevê isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e alíquota zero de PIS/Pasep e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para lápis, caneta, marcador, pincel, borracha, caderno, pasta e mochila para estudante. Como ainda depende de aprovação da Câmara dos Deputados para entrar em vigor, não deve haver tempo hábil para aprovar o projeto antes do início do ano, quando os pais vão às papelarias para renovar o estoque de material para o ano letivo.
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Além de aliviar o orçamento de muitas famílias, a aprovação do projeto pode contribuir para diminuir a evasão escolar. A avaliação é do autor do projeto, senador José Agripino Maia (DEM-RN). O senador observa que, muitas vezes, alunos abandonam os estudos porque falta dinheiro para comprar roupas, bancar o transporte diário e também para adquirir material didático.

"Exceto nas classes sociais mais abastadas, que têm e sempre tiveram melhores condições para investir em sua formação, sobram motivos para que os brasileiros abandonem os estudos, da pré-escola à universidade. Não bastasse o drama experimentado pelo ensino público nacional, que cai de qualidade a cada dia, precisamos conviver com a dificuldade enfrentada pelos nossos jovens para se manter nos bancos escolares", afirma o senador.

Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário apontam que, hoje, a carga tributária sobre os principais itens da lista de materiais varia entre 15,52% e 47,49%. Além do IPI, PIS, Cofins, incide sobre os materiais escolares o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O projeto aprovado pelo Senado não prevê qual seria o impacto das desonerações nos cofres públicos.

Para preservar a economia nacional, uma emenda foi incluída ao projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para deixar claro que a isenção vale apenas para produtos fabricados no Brasil. "Devemos, certamente, focar na educação de nossos jovens, contribuindo, na medida do possível, para que o material didático e escolar fique cada vez mais acessível. Entretanto, não podemos, com esse intuito, beneficiar o produto estrangeiro em detrimento do nacional", observa o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) no relatório da proposta.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Virou Palhaçada!!!


Belém tem dois prefeitos e briga judicial
2 horas, 30 minutos atrás



A capital do Pará vive uma situação inusitada: ela tem dois prefeitos. O primeiro, Duciomar Costa (PTB), reeleito, teve o mandato cassado na sexta-feira pela Justiça, acusado de abuso de poder econômico e promoção pessoal com o dinheiro público durante a última campanha eleitoral. Costa ganhou liminar em ação cautelar para permanecer no cargo até que a seja julgado o mérito da cassação. O segundo, José Priante (PMDB), ganhou da Justiça o direito de assumir o cargo do prefeito cassado e foi empossado pela Câmara Municipal, mesmo sem ter sido diplomado.

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"É tudo coisa da oposição, de adversários derrotados. Estou feliz em continuar trabalhando pelo povo", disse Costa para um grupo de simpatizantes em frente à sede da prefeitura, após tomar conhecimento da decisão expedida pelo juiz José Maria Teixeira do Rosário de mantê-lo no cargo. "Estou aqui porque foi a Justiça quem determinou que eu devo ser o prefeito de Belém. Quero despachar e fazer o que precisa ser feito para tirar a cidade do abandono", rebateu Priante. Ele, porém, não tinha onde despachar, porque Costa cercou a prefeitura com a Guarda Municipal, alegando ser ainda o prefeito.


A batalha jurídica para saber quem fica no cargo apenas começou. O advogado Sábato Rosseti deve protocolar na quarta-feira o recurso contra a sentença de cassação do mandato de Costa, enquanto Inocêncio Mártires Júnior, defensor de Priante, promete recorrer contra a decisão de Rosário, argumentando que ele não era o juiz competente para julgar o recurso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

PREFEITO DE BELÉM, DUCIOMAR COSTA, FOI CASSADO! (antes tarde do que nunca!)

Duciomar é cassado por abuso de poder econômico

O prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), acaba de ter seu mandato político cassado. A decisão foi tomada pelo juiz Sérgio Augusto Andrade Lima, da 92ª Zona Eleitoral de Belém. Segundo informações da assessoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a cassação teria acontecido em virtude da acusação de abuso de poder econômico durante a reeleição de 2008. Toda a chapa de Duciomar Costa, que concorreu em 2008, incluindo seu vice Anivaldo Vale (PR).

O juiz Sérgio Lima decidiu ainda no mês de junho deste ano propor uma representação eleitoral que pedia a cassação do registro da candidatura – e a consequente perda do mandato – do prefeito de Belém, Duciomar Gomes da Costa (PTB), e de seu vice, Anivaldo Vale (PR). Mais informações em instantes.

(Diário Online, com informações do TRE)



NOSSO BLOG ESTÁ AVERIGUANDO OUTRAS INFORMAÇÕES,

SABEMOS, TAMBÉM QUE PRIANTE (PMDB) NÃO É MOTIVO DE FELICIDADE E NEM REPRESENTA AVANÇOS, MAS A SAÍDA DE DUCIOMAR POR SÍ SÓ JÁ É UM MOTIVO DE FELICIDADE.

ENQUANTO ISSO VALE A COMEMORAÇÃO!!!



PEDRO IVO CARVALHO DE CASTRO

CAHIS-UFPA/CONTRAPONTO/APS-PSOL

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PESADELO PARA A ESQUERDA BRASILEIRA!!!

Pesadelo
Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro

Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí
Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí
O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã, olha aí

Com a força de revolucionários, sonhadores sociais, lutaremos e combateremos o bom combate, sempre acreditando que nossa História não está acabada. Apenas começamos!

PEDRO IVO CARVALHO DE CASTRO