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sexta-feira, 29 de junho de 2012

CAHIS BRAGANÇA tem nome: Quintino Lira.

Em BRAGANÇA o Centro Acadêmico de História da UFPA foi batizado pelos estudantes de CAHIS Quintino Lira. Quem é este sujeito histórico do Pará?

Veja o que o "Blog de Arlindo Matos de Ourém" publicou no dia 20/03/2011:


Quintino, o "Gatilheiro"


Na carteira de identidade apresentada na justiça, constava o nome Armando Oliveira da Silva, mas era mesmo conhecido por Quintino, talvez seu verdadeiro nome, que completo seria Quintino da Silva Lira, que se auto-intitulou o “Gatilheiro”.
A saga de Quintino é digna de virar roteiro de cinema e jamais poderia deixar de ser citada e até merecer um capítulo especial na memória de um dos diversos municípios do nordeste paraense, onde reinou nas selvas desde 1981 até ser morto pela polícia militar do Estado Pará, na data de 04/01/1985.
Teria ele nascido no Município de Bragança, sendo filho de Domingos da Silva Lira e de dona Raimunda da Silva Lira, vivido a infância na localidade Jussaral, em Viseu e dentro ainda desse Município, passou pelas localidades de São José do Piriá e Baixinhos, às margens do rio Gurupi, onde se separou de sua primeira mulher e prima de nome Helena, com quem deixou três filhos, um menino e duas meninas, indo para Primavera, fixando-se depois na localidade de “Pau-de-Remo”, então Município de Ourém, local onde iniciou sua carreira de “justiceiro” marcando suas trilhas em densa mata, com um rastro de sangue que só acabou quando tombou morto a oito quilômetros da Vila Nova Piquiá, solo de Viseu, com um único tiro mortal no peito, em cima do coração, supostamente de fuzil.
Do personagem que viveu ao lado de seu bando, inicialmente composto por “Coruja”, “Mão de Sola”, “Portinho” e “Cabralzinho” e que chegou a ter sob seu comando mais de quarenta homens, e se fosse preciso, segundo o próprio, reuniria até trezentos simpatizantes pela sua causa, podemos dizer que lembrava um pouco “Lampião” e seu cangaço pela postura exibicionista e armamento à base de rifles-44, cartucheiras e revólveres de diversos calibres. Era vaidoso em seu visual, cuidando bem do bigode e unhas, vestindo-se de acordo com a ocasião, camisas de tecido com botões e botas de vaqueiros ou camisetas esportivas de algodão com calças jeans e sandálias havayanas, sempre com um inseparável chapéu de massa escuro com abas e cordão que às vezes prendia ao queixo. Quintino que entre outras ousadias chegou até a distribuir terras para os colonos, que eram medidas pelo topógrafo do bando chamado Silvestre, morto em Capitão Poço, perdeu também sua companheira de nome Maria Antonia da Silva e outros comparsas em vários confrontos com a polícia, sendo “Cabralzinho” o primeiro a tombar morto no início dos conflitos. Da primeira formação de seu bando, “Mão de Sola” ainda estava com ele no final e “Bodão”, que entrou depois era outro de sua confiança que sempre lhe acompanhava nos momentos difíceis. Quintino matou ou mandou matar muitos, principalmente fazendeiros e policiais em missões. Sempre se gabava que tinha melhor índole que o lendário “Lampião”, pois jamais matava criança ou colono: “Só mato gente rica”, sentenciava.
No dia de sua morte, estava desacompanhado de seus capangas tomando um mingau na casa de seu Florismar, velho amigo que era conhecido na Vila Nova Piquiá, por seu “Flor”. “Mão de Sola” e “Bodão” ficaram na vila. Ainda faltavam alguns minutos para as dezenove horas daquela chuvosa noite de 04/01/1985, quando avisado por um policial que já estava no interior da casa de que estava cercado pela polícia, em ato-contínuo teria se levantado do tamborete em que se encontrava sentado, pegado seu revólver em cima de um guarda-roupa que estava atrás de si na cozinha e dito suas últimas palavras aos amigos da casa: “não sai ninguém, que eu vou morrer sozinho”. Saiu pela porta dos fundos e então se ouviu mais de duzentos tiros por aproximadamente cinco minutos. Só um o atingiu, aquele tiro, supostamente de fuzil, que explodiu seu coração.
Quintino virou mito e em crônica contaremos agora o resumo de seu reinado de “Gatilheiro”:
Quintino da Silva Lira ou Armando Oliveira da Silva eram o mesmo homem e até o início dos anos 1980 não passava de um simples agricultor na localidade de Pau-de-Remo, então Município de Ourém. Porém, a situação imposta pelos sistemas de governo apresentadas no Brasil, com injustiças sociais aflorando por toda parte, fez aquele pacato colono tornar-se um dos mais temidos fora-da-lei do norte do país.
As injustiças na distribuição de terras geraram conflitos ao ponto de Quintino perder companheiros de forma covarde, motivando-o a arregaçar as mangas e tomar uma brava atitude de liderar um grupo de colonos rebelados contra o injusto sistema, indo literalmente a luta com armas nas mãos.
Quintino que foi comparado à Robin Hood, Zumbi, Antonio Conselheiro e “Lampião” desta nova era, quis evitar tais comparações, se auto-intitulando de “Gatilheiro”, uma nova expressão para um novo herói do campo.
Ele na verdade teria matado, revidado, roubado e chantageado, porém não como sua fama mostrou. Sempre houve exageros, e também é verdade que se criou o mito de que ele teria parte com o diabo, usando técnicas que lhe permitiam desaparecer aos olhos de seus perseguidores, como se transformando num toco, cão ou outro animal qualquer. Na verdade, Quintino não virava nada e sim sabia se virar nas adversidades com muita sabedoria, mostrando-se um excelente líder estrategista. Era muito bem informado de todos os passos da polícia e de qualquer outro perseguidor.
O que ele fez podia até não estar certo, porém mesmo inconscientemente, Quintino conseguiu coisas que nossos governos e nossa justiça nunca ousariam solucionar, como por exemplo, a reforma agrária.
Mesmo procurado nos quatro cantos pelas tropas do coronel PM Cleto, comandante das tropas na região, que se embrenharam nas matas tendo a frente o capitão PM Cordovil, época em que era governador do Estado do Pará, Jader Fontenelle Barbalho, Quintino desapropriou terras, assentou “sem-terras”, resolveu conflitos como se fora um Juiz de Paz e até casamentos realizou, causando temor e admiração ao mesmo tempo.
Quem o conheceu na intimidade impressionou-se com aquele mortal, dotado de uma obstinação invejável, em busca de um ideal comum com sua gente: a justiça propriamente dita.
Foram aproximadamente quatro anos de reinado em mata fechada, período-referência em que muitas autoridades nada fazem para atenuar o sofrimento do povo do campo, e mesmo assim relacionava-se com as mesmas, com fazendeiros e comerciantes na medida em que a regra era ditada. Quem veio para conversar, teve conversa. Quem foi para guerrear, teve guerra. Quem se chegou para traí-lo, conseguiu, pois o “Gatilheiro” era também um poço de ingenuidade, e tombou para sempre no ritmo do pipocar das armas da polícia militar.
Quintino foi e sempre será o que as pessoas quiserem dele achar, pois de tudo tinha um pouco, e pode ter sido um herói, bandoleiro, justiceiro, cangaceiro, gatilheiro, Robin Hood, Zumbi, Antonio Conselheiro, “Lampião”, um toco ou um cão, o diabo... Dependendo do ângulo ou dimensão que se queira dar ao seu papel na história, porém uma coisa deve ser dita sem pestanejar: Quintino foi uma das figuras mais importante neste final de século e milênio, trazendo para discussão assuntos e temas outrora esquecidos ou engavetados pelas autoridades. Descansa em paz, “Gatilheiro! (crônica de Arlindo Matos, escrita em setembro de 1997 para o jornal “Informativo Popular” de Capitão Poço, e que por tanto sucesso foi repetida no jornal “Folha do Gurupi”, de Viseu, em novembro do mesmo ano).
(Arlindo Matos – Oureana de Além-mar, Ourém terra de Moura-02/07/2007)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

No SINTEPP é chapa 01 - a chapa da categoria de luta!


Professores, essa semana temos eleição do SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) e nós vamos seguir dirigindo esse importante sindicato, realizando movimentações, atividades de formação, defendendo a categoria, comandando greves quando for necessário para que governos invistam em educação. Por isso, Professor / Professora, vamos juntos fazer a diferença e VOTAR NA CHAPA 01!!!


"Quando um muro separa, 
Uma ponte une.
Se a vingança encara, 
O remorso pune. 
Você vem e me agarra, 
Outro vem e me solta.
Você vai na marra, 
Ela um dia volta.
Você me prende vivo, 
Eu escapo morto.
Você corta um verso, 
Eu escrevo outro. 
De repente, Olha eu aí de novo,
 pertubando a paz e exigindo o troco!"

ATÉ A VITÓRIA!!!

CONVOCATÓRIA DO ENEH 2012 - Guarulhos SP.


Encontro Nacional de Estudantes 

de História

 CONVOCATÓRIA

Guarulhos, SP, 27 de março de 2012,
No ano em que se completam 25 anos da Federação do Movimento Estudantil de História (FEMEH), convocamos todos e todas para a realização do XXXI Encontro Nacional de Estudantes de História. Que neste ano de 2012 será realizado de 14 a 21 de julho, na Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos, localizado a Estrada do Caminho Velho, 333, Bairro dos Pimentas, cidade de Guarulhos-SP.
A confirmação da data do encontro se deu após garantirmos as melhores condições estruturais para sua realização. Percebemos hoje um aumento da rejeição a diversas atividades dos estudantes, sejam atividades de mobilização e reivindicação, sejam atividades culturais, que dificultam o apoio ou mesmo a autorização das Universidades para encontros estudantis, reflexo da necessidade de um aprofundamento do debate sobre o uso de drogas lícitas e não lícitas, a dificuldade da participação efetiva de amplos setores da Universidade em suas principais decisões, bem como a falta de um projeto para uma educação socialmente referenciada.
Sendo assim, a realização do XXXI ENEH na Unifesp Guarulhos é consequência da resistência a esses cerceamentos e, ao mesmo tempo, fruto de um processo de mobilização e convencimento da Unifesp e da Prefeitura de Guarulhos sobre a seriedade do movimento estudantil de História e das oportunidades de desenvolvimento de um diálogo entre o mundo acadêmico e o entorno do campus, localizado no Bairro dos Pimentas, na periferia da cidade.
Se, como dissemos, há um endurecimento da postura do Estado frente às mobilizações populares, não apenas dentro das Universidades, percebemos um crescimento de movimentos de contestação, marchas, greves, occupy – tanto nas ruas, nas universidades e tantos outros espaços em potenciais para que se faça pressão social.
Estas movimentações têm surgido com grande força nos últimos anos, agregando novos meios de mobilização e difusão das lutas, nos inspirando à realização do ENEH e a sua temática: Nas Ruas, Nas Praças, Nas Salas. Tendo em vista um processo de ascensão das contestações e lutas populares em uma conjuntura mundial, faz-se necessária sua compreensão histórica e intervenção por parte daqueles que são seus sujeitos.
Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Estudantes de História – COENEH
De nuestros miedos nacen nuestros corajes y en
nuestras dudas viven nuestras certezas. Los sueños
anuncian otra realidad posible y los delirios otra razón.
En los extravios nos esperan hallazgos, porque
es preciso perderse para volver a encontrarse.
(Eduardo Galeano)
Federação do Movimento Estudantil de História
Centro Acadêmico de Ciências Humanas da UNICAMP
Centro Acadêmico de História da UNIFESP
Centro Acadêmico de História da USP
Centro Acadêmico de Ciências Sociais PUC-SP

sábado, 2 de junho de 2012

Até Quando?


Por PEDRO IVO CASTRO.

Amanhã, domingo 03/06, estarei indo à Brasília participar das atividades de apoio a luta dos servidores públicos federais, especialmente dos professores das IFES que estão em uma greve legítima e importante. Nosso grupo de estudantes da APS/UFPA Visitará também parlamentares no congresso nacional para conversar sobre nossa visão de estudante da rede pública, sobre a nossa opinião sobre assistência estudantil e sobre a situação que a educação está em nosso país, especialmente no Pará.

Mas antes, deixamos nosso total apoio à Greve dos Estudantes da UFPA que será decidida em assembléia geral nesta segunda feira. Vamos LUTAR, companheiros!!! estaremos de Brasília ousando lutar, porque só assim venceremos!!!



Gabriel O Pensador

Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada