O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará diplomou ontem à noite os eleitos aos cargos de governador e vice-governador, senador, deputado federal e estadual do Estado, com exceção dos quatro deputados federais e oito estaduais eleitos pelo PMDB.
O grupo peemedebista não compareceu ao evento no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia para receber a diplomação um dia após a Justiça Eleitoral do Estado rejeitar - em um julgamento histórico pelo ineditismo - a ação movida pelo PMDB que pedia a realização de uma nova eleição para o Senado no Estado. O público não perdoou a falta: o deputado federal eleito Wladimir Costa, um dos peemedebistas que não foram à cerimônia, ao ter seu nome anunciado foi vaiado quando a platéia percebeu sua ausência.
A ausência dos eleitos pelo PMDB não comprometeu o evento. "É um direito que cada um tem de se manifestar, não tira o brilho da democracia. Eu gostaria que todos fossem diplomados para abraçar e parabenizar cada um deles", declarou o presidente do TRE, desembargador João Maroja. O procurador regional eleitoral, Daniel Avelino, preferiu não se manifestar sobre o não comparecimento dos peemedebistas.
Foram diplomados ontem o governador eleito Simão Jatene (PSDB) e seu vice, Helenilson Pontes (PPS), os senadores Marinor Brito (PSOL) e Flexa Ribeiro (PSDB), os quatro suplentes de senador, 13 deputados federais eleitos que compareceram à solenidade - dos 17 eleitos – e os 33 deputados estaduais - dos 41 eleitos. Os eleitos do PMDB que não compareceram deverão receber seus diplomas no TRE, sem cerimônia, em data ainda não definida.
A senadora eleita Marinor Brito (PSOL) e o deputado estadual eleito Edmilson Rodrigues (PSOL) foram muito aplaudidos ao receber seus diplomas. Marinor Brito disse que vai ampliar seu trabalho contra a violação de direitos, principalmente contra os crimes de pedofilia, e será incansável na luta em favor dos direitos humanos. Também participaram da diplomação o vice-governador do Pará, Odair Corrêa, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Rômulo Nunes, e o conselheiro nacional de Justiça, Milton Nobre.
Marinor Brito não escondia a alegria
No palco, todos vestiam preto, muito elegantes. Senadores, governador e vice-governador à esquerda, deputados federais e estaduais divididos entre os dois lados. Na noite em que a gestão tucana comemorava seu retorno ao poder, ninguém foi mais que comemorada que ela. Sim, Marinor Brito (PSOL), eleita à segunda vaga para o Senado, não escondia a alegria de estar ali em cima.
Ladeada pelo deputado estadual eleito Edmilson Rodrigues, seu colega de partido, e por seu mais novo parceiro de trabalho, Flexa Ribeiro (PSDB), o sorriso da, enfim, eleita, estava para rasgar o rosto.
Quando o cerimonialista começou a anunciar o nome dos eleitos, o público presente no Hangar não economizou nos assovios e elogios. Saiu o nome de Marinor e o auditório já deu a prévia: muitos aplausos e gritos de incentivo. Aliás, o auditório estava bastante ocupado. Pais, mães, esposos, filhos, parentes, amigos, assessores, coordenadores de campanha... Todos estavam lá, com caras de orgulho total ao anúncio do nome esperado.
Plateia mostra repúdio ao perceber ausentes
A plateia não se conteve nem na hora de demonstrar repúdio. Anunciados, os deputados federais eleitos Wlad Costa (PMDB) e Cláudio Puty (PT) receberam sonoras vaias da plateia. Puty teve que manter a postura. Wlad não compareceu ao evento. O primeiro a receber o diploma, e das mãos do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará (TRE-PA), João Maroja, foi o governador eleito Simão Jatene. Aplaudido de pé, ele era só sorrisos. A vibração por cada diplomado se repetia a cada anúncio. Na vez de Marinor, o barulho era ensurdecedor. "É Ficha Limpa, é pra mudar, é Marinor senadora do Pará!", gritava sua torcida.
Mais aplausos e torcidas, a platéia era mais animada que os diplomados. O deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS) chegou a bocejar umas duas ou três vezes durante a solenidade. A tensão se deu depois do encerramento da cerimônia: todos queriam cumprimentar o tucano e o palco deu a impressão, para quem estava sobre ele, de que iria ceder. Os seguranças sofreram para tirar todos de lá.
Com informações do Portal ORM / Amazônia Jornal