"ALÔ, ALÔ, ALÔ PAPAI. ALÔ MAMÃE. PÕE A VITROLA PRA TOCAR, PODE SOLTAR FOGUETES, QUE EU PASSEI NO VESTIBULAR!!!"
Foi regado com muita emoção que quase 6000 novos alunos da maior Universidade Federal do país, a UFPA, ouviram seus nomes no listão de aprovados 2010. Quanta alegria nas ruas da capital e interior. Carros, businas, carreatas, ovos, trigo, e outros, nas festas nas portas dos colégios, casas e ruas interditadas pelos alunos aprovados e amigos, depois de um ano inteiro, outros até mais de um ano, estudando muito, deixando de ir à festas e eventos lúdicos para se dedicar ao estudo e preparo para enfrentar a maratona do vestibular. Passaram!
Agora, ainda vivendo a emoção única que é esse resultado, vem a parte mais exigente. Ser aluno de uma universidade pública é complicado, exige paciencia, responsabilidade, mas principalmente, organização e muita luta! Nossas Universidades estão carentes de investimentos, no acervo de bibliotecas faltam livros importantes nas estantes das áreas afins de nossos cursos. Nossos professores, funcionários das faculdades, e outros recebem mal e temos que conviver diariamente com o desrespeito de uns para com os alunos e do poder público para com a categoria de trabalhadores públicos. Na UFPA e em muitas outras universidades, segurança é um problema, a falta de prioridade para as vidas humanas muitas vezes é condicionante de assaltos, tentativas de abusos sexuais e até assassinatos envolvendo os alunos, professores e trabalhadores de nossas faculdades.
É absurdo, também, a falta de bolsas de iniciação científica ou a falta de investimento na assistencia estudantil. Na UFPA, o restaurante universitário (RU) não funciona a noite e as secretarias da maioria absoluta dos cursos também não. As mães e pais alunos ou professores não tem creche universitária, e não temos moradia estudantil suficiente para atender as nossas demandas, ônibus para circular nela também não, o que obriga os alunos a seguirem em caminhada dentro de um campus que ocupa territórios de dois dos maiores bairros da capital, e mais perigosos segundo dados da secretaria de segurança pública, o que em nossa opinião reflete ainda mais o descaso do poder público com as necessidades reais do povo, afinal, segurança pública não é responsável por grande parte dessa situação, mas as problemáticas sociais são. Ainda assim, os burocratas da universidade investem dia e noite suas forças e planos para diminuir ainda mais o poder de organização dos estudantes e nossa autonomia no movimento estudantil afim de nos isolarmos em nossos meio e não conseguirmos avanças nas pautas e reivindicações tão importantes para a melhoria das condições de vida e de estudo.
Ousar Lutar é preciso, e é por isso que o Centro Acadêmico de História da Universidade Federal do Pará tem orgulho de receber seus novos integrantes, 50 calouros da UFPA, com uma calorosa festa, uma semana de atividades político-acadêmicas e dizer que não basta viver, é preciso sonhar e mesmo assim, não basta só sonhar, é preciso lutar e muito!
Ousar Lutar, quando a regra é ceder!
Ousar Lutar! Ousar Vencer!
Pedro Ivo Carvalho de Castro.
Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do CAHIS - UFPA.
"HISTÓRIA EM AÇÃO. Quem ousa, constrói o amanhã!"
PS.: Dentre muitos abraços que dei ontem nos amigos que estavam no terceiro ano ou convênio e nos que eu não pude dar o abraço quando passei, mas dei ontem, depois de um ano de cursinho e também os que não pude ver ontem, coloco a foto do Enan, parceiro que me deu um abraço quando eu passei e eu disse que esse ano eu o abraçaria e por uma vontade do destino eu passei ao seu lado no momento que soube que tinha sido aprovado e pude lhe dar um abraço que eu queria retribuir desde o ano anterior, saúdo na pessoa do Enan à todos os outos. Parabéns! Todos merecem!
Enan à direita!
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