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sexta-feira, 10 de junho de 2011

A divisão do estado do Pará.


A população do Pará já começou a mobilização para o plebiscito que decidirá se o estado será, ou não, dividido em três. Os eleitores irão às urnas dentro de seis meses.

Se a divisão for aprovada, ficará assim: o estado do Tapajós teria como capital Santarém, 58% do atual território do Pará e 27 municípios. Carajás teria Marabá como capital, 25% do atual Pará e 39 municípios. Belém continuaria sendo a capital do Pará, bem menor do que é hoje.

Setores da população já se mobilizam contra e a favor da criação dos novos estados.

"Vão gerar empregos, gerar mais arrecadação, vão gerar desenvolvimento e, efetivamente, ocupar uma região que está, de certo modo, acéfala de estado, acéfala de governança", afirma Célio Costa, da comissão pró-estado de Carajás.

"O estado unido tem muito mais a oferecer, do que apenas criar mais dois estados com custeio altíssimo e muito pouco teria condições de dar respostas mais efetivas as necessidades da população com um todo", declara Sérgio Bittar, presidente da associação comercial do Pará.

A questão é saber se Tapajós e Carajás teriam condições de se sustentar. É preciso criar toda uma estrutura política e administrativa: Gabinete do governador, Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, polícia, escolas, hospitais. A arrecadação de impostos nos novos estados seria suficiente?

O economista Rogério Boeri Miranda, do Ipea, o instituto de pesquisas ligado ao governo, fez as contas. A receita de Carajás seria de R$ 2,7 bilhões e os gastos de R$ 3,7 bilhões. Em Tapajós, receita de R$ 1,1 bilhão para uma despesa de R$ 1,9 bilhão. Juntos, os dois estados teriam um rombo de R$ 1,8 bilhões por ano.

De onde viria esse dinheiro? "Pelas nossas estimativas, os dois, tanto Carajás quanto Tapajós, nascerão deficitários, precisando de auxílio do Governo Federal pra fechar suas contas", explica o economista.

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