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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Perseguição...

O Mundo sabe que as redes sociais no ano de 2011 protagonizaram inúmeros movimentos expontâneos, populares e apartidários mundo a fora, inclusive no Brasil. No Estado do Pará tivemos um exemplo forte, durante a campanha plebiscitária sobre a divisão do Estado, onde a juventude e a sociedade civil paraense marcou firme posicionamento nas redes sociais, para além das orientações dos comitês das frentes pró e contra a divisão do Pará.

Não há como negar o papel das redes sociais nas manifestações dos EUA, Europa e ao longo da chamada "primavera árabe" que movimentou a sociedade em diversas regiões do mundo, fugindo ao controle até de ditadores que fizeram de um tudo para impedir a expansão dos movimentos oposicionistas aos seus regimes, porém, sem sucesso com a empreitada, viram a internet se constituir em um importante veículo de exposição das opiniões, de textos, fotos, imagens, denúncias, reportagens de veículos oficiais e, principalmente, a ampla participação da sociedade civil nas mídias populares como blogs, microblogs, perfis públicos, enfim. Não creio que a liberdade de expressão, principalmente ao povo que não tem acesso às grandes mídias, seja algo degradante, ao contrário... creio firmemente que isso é sinônimo de um fortalecimento da democracia.

Por outro lado, acredito que a honestidade e o bom senso disputam espaço com interesses sórdidos ou de caráter duvidoso. Não estou falando de uma luta do bem contra o mal, não estou falando de uma ética maniqueista da internet. Mas estou convícto de que tem gente utilizando esses espaços para desagregar, desconstruir, atingir pessoas, enfim.

Essa semana fui alvo de um blogueiro, também filiado a um partido político dito de esquerda, que me acusou de ser autor de uma imagem (montagem) que inicia uma campanha para uma "Belém melhor nos 400 anos", indicando um parlamentar como cidadão ideal para ser o gestor da cidade durante esse marco histórico que acontecerá em 2016, último ano do próximo mandato municipal da prefeitura. Ora, a imagem caiu na rede na boa fé de algum cidadão que estava expressando sua opinião pessoal em algum veículo que teve acesso. A foto é uma montagem, um tanto amadora, que mescla a cor de Belém (azul) com uma foto de um deputado que está na internet há longos 4 anos, desde quando o deputado era só professor universitário, ou seja, não exercia mandato algum, indicando a preferência do autor da imagem por esse professor para a prefeitura. Não há mensão alguma à partido político, número, ano da eleição, "slogan" de campanha, ou algo do gênero.

A identificação do autor, hoje, é difícil para um amador. Mas não creio que seja algo sério feito com má fé de iniciar a campanha a mando de partido A ou B, creio que foi somente um impulso popular, afinal de contas, não há pesquisas oficiais, convensão que confirme os candidatos, ou algo do gênero. Somente o PT está fazendo seus processos internos de escolha de candidatos de forma mais ampla, mas nada que agite o cenário político a ponto de gerar implicações legais, ainda, apesar de comentários na internet.

Entretanto, por ter colocado a foto no meu album do FACEBOOK, um comentarista político, vinculado à um partido político, resolveu acusar o suposto candidato de crime eleitoral (com o discurso de que estava ajudando) e indicar o autor da foto. Para nossa surpresa, ele copiou da tela do computador uma imagem em que aparecia meu nome no facebook como autor (porque foi tirara da minha página ou de algum amigo pessoal que "compartilhou" do meu album) e resolveu pesquisar meu histórico recente nas redes sociais. Ao expor para ele que aquela foto não era de autoria do deputado, que eu havia achado na rede, e que acreditava que o que estava se caracterizando como campanha extemporânea eram as práticas do seu [dele] partido, ele resoleu montar uma espécie de mini-dossiê para provar que a autoria da imagem era minha.

Como se não bastasse me acusar de forma indiscriminada, afirmando ser minha a autoria sem provas mais contundentes do que "prints" que ele deu da janela das minhas contas do FACEBOOK e do TWITTER (que obviamente apareceriam meu nome como autor), ele copiou conversas em que indico para familiares e amigos mais próximos, colegas de faculdade, enfim, a foto para verem e até copiarem para seus albuns. Entendo que a manifestação popular é importante para todo e qualquer momento possamos afirmar ainda mais a posição de defesa da democracia, até porque a foto não faz mensão a partido ou número, nem mesmo à eleição de 2012. Ele publicou tais imagens em seu blog e lá ele indica o endereço das minhas contas na internet, explicita o local onde eu trabalho, e até de quem sou amigo pessoal nas redes sociais.

Não que isso configure um ataque a mim, até porque todas essas informações são públicas, inclusive minhas preferências político-partidárias e minhas afinidades ideológicas. Tenho 21 anos, sou socialista, estudante e professor de História, e NUNCA neguei minhas preferências políticas, sobretudo, porque como historiador, sei o quanto a censura e a falta de liberdade política fez nosso país sofrer ao longo do "Breve século XX", com uma verdadeira Guerra, nada Fria, dentro do país, perseguindo os lutadores de esquerda, assassinando e desaparecendo para sempre com os corpos de democratas, defensores da liberdade, jovens, homens e mulheres que só queriam um país livre e com justiça social. Quem me conhece, sabe que não sou um jovem que nasci ontem e caí de para-quédas nas redes sociais para fazer algazarra. Sabem também que não faria uma imagem comprometendo amigos, ou lideranças. E principalmente, sabem que eu jamais me negaria a afirmar meus posicionamentos por intimidação.

O Blogueiro tem todo direito de livremente expor sua opinião em seu blog, mas deve respeitar as pessoas citadas, não usar adjetivos irônicos para definir a pessoa e principalmente, manter o decoro de alguém que se diz um lutador social, cumprindo um papel de informação. Fui acusado sem provas contundentes, pois as imagens mostradas pelo referido blogueir são imagens que serão contestadas ao vermos a postagem no album/mural de outra pessoa que não apenas tenha compartilhado, mas copiado e colado em seu mural, fazendo assim, com que a imagem conste como autor aquela pessoa.

Por entender que essa especulação toda pode respingar em pessoas inocentes, como o referido deputado e suposto pré-candidato, eu retirei a foto, sentindo a indgnação de uma censura, não ordenada, mas implícitamente imposta por alguem que ao defender outras candidaturas e publicamente assumir posturas político-partidárias, deixa transparecer um objetivo político específico de me expor, pois a foto consta com nomes de outras pessoas como suposto autores. O blogueiro não fez uma investigação mínima para identificar postagens mais antigas, ou de maior compartilhamentos, ele simplesmente me escolheu por ter tido alguns compartilhamentos, repito, de amigos mais próximos e familiares, que obviamente comungam desse sentimento de que Belém mere mais nos seus 400 anos, principalmente colegas professores e historiadores. Ele publicou inclusive dados pessoais, como local de trabalho, visível para meus amigos da conta pessoal do facebook.

Não é a exposição de minha vida, convicção política ou minha história pessoal, política e profissional que me incomoda. O que incomoda é a desregrada acusação, escondendo a intenção de acusar o suposto candidato de crime eleitoral.

Sinto muito que pessoas possam fazer uso de um veículo tão importante para o mal.


PEDRO IVO CARVALHO DE CASTRO
ESTUDANTE DE HISTÓRIA
PROFESSOR AUXILIAR

2 comentários:

  1. "Não creio que a liberdade de expressão, principalmente ao povo que não tem acesso às grandes mídias, seja algo degradante, ao contrário... creio firmemente que isso é sinônimo de um fortalecimento da democracia". GOSTEI DA FRASE. PARABÉNS PELO BLOG...

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  2. Meu caro amigo, padre! Obrigado pela visita, pelo elogio e pela atenção...

    Um forte abraço,

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