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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Presidente da UNE nega má-fé por parte da entidade

Augusto Chagas nega má-fé por parte da entidade, que recebeu R$ 10 milhões durante o governo Lula

Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - Eleito presidente da UNE no congresso nacional realizado em Brasília, Augusto Chagas, 27 anos, diz que não há má-fé por parte da entidade, que recebeu R$ 10 milhões durante os dois mandatos do governo Lula. “A UNE também tem seus problemas administrativos. É uma organização construída por jovens, tem uma série de problemas, limites na sua condição administrativa”, afirma.

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Ele recebeu o Estado na sexta-feira e ontem na sede da UNE em São Paulo e admitiu que o documentário sobre a história da militância secundarista, previsto no projeto de R$ 435 mil, não foi produzido. “Não conseguimos executar no prazo devido”, alegou. Disse que parte da conta bancária está bloqueada por causa do fim do convênio. Embora seja em nome da UNE, o projeto, segundo Chagas, tem sido dirigido pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).


Filiado ao PC doB, partido que comanda a UNE desde 1991, Chagas tenta pela primeira vez concluir um curso superior. Começou e não terminou um curso de computação e outro de direito. Hoje, está matriculado em Sistemas de Informação, na Universidade de São Paulo (USP), mas trancou matrícula por causa da presidência da UNE.


A UNE recebeu R$ 435 mil para fazer um livro e um documentário. E até agora não prestou contas...


Se o objeto não foi executado, o dinheiro está na conta. Não vejo nenhum problema.


Mas o contrato diz que a UNE deveria devolver o dinheiro em 30 dias.


Se os mecanismos públicos considerarem que a UNE usou indevidamente os recursos, ela vai ser obrigada a devolvê-los. A UNE também tem seus problemas administrativos. É uma organização construída por jovens, tem uma série de problemas, limites na sua condição administrativa. A entidade só é considerada culpada e obrigada a devolver recurso quando é executada. A UNE não foi acionada. Essas coisas acontecem, é complicado conveniar.


A UNE enviou ao Ministério da Cultura um relatório exaltando a participação do presidente Lula em seu congresso. Isso não é uma forma de tentar amenizar a falta de prestação de contas?


Não acho. Não existe interferência política em relação a prestação de contas. Existem prazos.


É normal apresentar orçamento com empresas fantasmas e de Salvador para evento em Brasília?


Aí é você quem está acusando. Vou ver qual o problema. Agora, sobre o orçamento ser de Salvador, isso é ilegal? É lícito, claro que é lícito. Não tem nada a ver com o dinheiro a ser executado depois. É o padrão que se estabelece para executar depois.


Mas o problema é que a UNE não presta contas.


Vai prestar no prazo devido.


Qual a relação da UNE com o governo Lula?


A UNE tem aproveitado o espaço que o presidente oferece, que é um espaço de diálogo.


A UNE é aliada do governo?


A UNE não é aliada. As conquistas obtidas são por causa das pautas que a gente apresenta.

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