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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Toda solidariedade ao Fabrício Gomes! Toda solidariedade aos lutadores do povo!

Este é o Brasil da impunidade para poucos e da criminalização dos lutadores do povo que representam os milhões de brasileiros cansados do engodo de que tudo vai bem.
As universidades estão sem laboratórios e bibliotecas (muitas vezes, sem professores); as escolas públicas de ensino básico tornaram-se símbolo do abandono e da violência contra alunos e educadores; o Sistema Único de Saúde está cada vez mais dividido entre os 30 milhões que podem pagar planos de saúde e os 170 milhões de brasileiros (os mais mal alimentados e fragilizados pela pobreza) sem direito a adoecer, porque isso significará a dor da doença e a dor por ser tratado como espécie de gado nos abatedouros em que foram transformados nossas unidades de saúde e nossos hospitais.
Este é o Brasil em que índios, quilombolas, trabalhadores rurais perdem suas terras, são assassinados, enquanto vêem algumas de suas lideranças cooptadas em troca de comissionamentos ou verbas para projetos "culturais".
Este é o Brasil da propaganda, do "pensamento Único", da manipulação que faz com que o mesmo povo que aprova o governo já não consiga mais andar nas ruas sem medo do próprio pobre e da polícia; já não consiga pegar ônibus porque o trânsito é um transtorno devido aos muitos carros de luxo que abarrotam as garagens e as ruas das classes dominantes, além de que a tarifa é cara; e seja obrigado a enfrentar as infindáveis filas para tentar conseguir uma vaga na escola para nossas crianças, para uma simples consulta médica, para um trabalho temporário e precário.
Este é o Brasil que e começa a querer entender o porquê de haver tantos banqueiros, latifundiários agronegocistas, agiotas das bolsas de valores festejando, enquanto a prostituição infantil aumenta, como aumenta o número de crianças e jovens cooptados pelo narcotráfico - candidatos ao extermínio de classe e étnico.
Este é o Brasil em que o Fernando Henrique Cardoso que vendeu grande parte dos recursos nacionais continue a ganhar milhões como consultor e conferencista das corporações beneficiadas pela privataria.
Este é o Brasil em que o Lula aprofunda a privatização do território, do petróleo, da água, da previdência, das universidades, mas faz crer que está desenvolvendo o Brasil e talvez durma o sono dos injustos com as migalhas oferecidas aos explorados e humilhados do campo e da cidade.
Este é o Brasil da corrupção eleitoral, de um Supremo Tribunal Federal que serve para proteger o direito à propriedade dos muito ricos como Daniel Dantas enquanto nega o direito à propriedade de um teto para o trabalhador e sua família, o direito à propriedade da inalienável humanidade; que serve para inocentar e proteger os carrascos da ditadura, enquanto incrimina lideranças sem terra, indígenas que lutam pelo direito à dignidade em solo pátrio.
Este é o Brasil em que Antônio Carlos Magalhães morreu herói sendo bandido, em que o Jader torna-se imperador da comunicação na Amazônia como prêmio à montanha de denúncias e processos que responde na justiça; em que o Almir Gabriel é homem de bem mesmo tendo determinado o massacre de Eldorado dos Carajás; em que o Sarney e sua quadrilha comandam as áreas mais estratégicas da vida nacional; em que grileiros e devastadores criminosos da floresta ganham de presente títulos de propriedade das terras públicas; em que empreiteiros corruptos ganham leilões viciados para construírem grandes obras superfaturadas como a de Belo Monte.
Este é o Brasil que tenta criminalizar os movimentos sociais e o movimento estudantil, em particular, processando como se criminosos fossem suas lideranças, enquanto os oligarcas bandidos são aclamados como heróis da nação pela autoridade máxima da república (quase impossível escrever com “R”).
É contra esse Brasil dos poucos ricos e dos milhões de pobres vítimas da violência estrutural que estudantes conscientes têm lutado.
É por um Brasil para os brasileiros, um país de cidadãos com direito a todos os direitos, entre os quais o direito à universidade pública e gratuita para todos, que o Fabrício Gomes e dezenas de outros estudantes do DCE-UFPa lutam. Mesmo porque nenhum país será democrático, livre e soberano sem romper com a dependência científico-tecnológica.
Foi por um Brasil justo, democrático e feliz, um país socialista, que a Universidade Federal do Pará foi ocupada. As conquistas obtidas naquele ato de amor ao Brasil acumularam forças para a utopia de felicidade humana.
Portanto, que a justiça use o seu precioso tempo para dar celeridade aos muitos processos contra os bandidos da nação.
Toda solidariedade ao Fabrício Gomes! Toda solidariedade aos lutadores do povo!


Edmilson Brito Rodrigues

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