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domingo, 10 de julho de 2011

Edmilson Rodrigues: "Imunidade não é impunidade”

INVESTIGAÇÕES

EDMILSON RODRIGUES volta a defender CPI e diz que chegou a hora de Juvenil

O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), autor do pedido de apuração das fraudes na Assembleia Legislativa do Estado, junto ao Ministério Público do Estado e à Polícia Civil, defende que chegou a hora do ex-presidente da Casa, Domingos Juvenil (PMDB), ser denunciado à justiça, já que o peemedebista está sem mandato e não possui foro privilegiado. E mesmo em relação ao senador Mário Couto (PSDB), outro que presidiu a Alepa e também teve a gestão posta em cheque, Edmilson aponta que a "imunidade não deve permitir a impunidade". Em entrevista à jornalista Enize Vidigal, ele defende a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos envolvidos nas irregularidades e cobra das autoridades a prisão do ex-diretor financeiro da Alepa, Sérgio Duboc, que teve a preventiva decretada, mas está foragido. Edmilson afirma ainda que a base de sustentação do governo no Legislativo boicotou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta por ele, mas o deputado crê que a CPI ganha ambiente mais fértil, no próximo semestre, com o avanço das investigações do MPE e as constatações que virão à tona através do Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Receita Federal. A proposta de CPI foi formalizada em 22 de fevereiro mas, até o início do recesso parlamentar, tinha alcançado 11 das 14 assinaturas necessárias.

"Tenho clareza de que houve um boicote da bancada majoritária à CPI"

JORNAL: A CPI sofreu boicote?

EDMILSON: Tenho clareza de que houve um boicote da bancada majoritária, que dá sustentação ao governo. Isso se deve à citação de deputados com mandato em depoimentos dos que hoje estão denunciados na Justiça ou, porventura, dos [deputados] que participaram da gestão do Juvenil ou do Mário Couto e, por serem membros da Mesa (Diretora da Alepa), assinaram e têm responsabilidade por alguns procedimentos administrativos fraudulentos. Acredito que essa situação criou um imbróglio impeditivo da CPI. Há um receio de que a CPI acabe por atingir apoiadores do governo, como o PMDB, por ser uma grande bancada da base de sustentação. Ao não instalar a CPI, a história do Poder Legislativo do Estado fica maculada indelevelmente. A imprensa e a sociedade estão cumprindo o seu papel pressionando e o Ministério Público está cumprindo o seu papel a contento, ainda que precise dar passos maiores para chegar aos verdadeiros mandantes do crime.

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