
LOCAL: CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM.
HORA: 09 HORAS.
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Os parlamentares paraenses favoráveis à divisão do Estado do Pará conseguiram, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, a primeira vitória em favor da realização do plebiscito para criação dos Estados do Carajás e Tapajós.
O Plenário aprovou, por 265 votos a 51 e 13 abstenções, o regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo 731/00, que autoriza a realização de plebiscito para a criação do Estado de Tapajós, por meio de desmembramento do Pará, e por 261 votos a 53 e 14 abstenções, o regime de urgência para o 2300/00 que autoriza o plebiscito para a criação do Estado do Carajás. A vitória foi conseguida depois de muitas negociações que envolveram líderes de diversos partidos.
O fator relevante está no fato de que o Pará perderá 08 das 10 cidades com o maior PIB do Estado. O PIB que é gerado pelo minério e todos os recursos que o Estado detém. Há quem diga que o Estado de Carajás já nascerá rico, mas isso garante que sua população também será? Sem contar com o fato que a criação de um Estado, aumenta naturalmente as despesas da união, imagine dois.
Na ALEPA (Assembléia Legislativa do Estado do Pará) foram entrevistados 31 deputados, cada um defendendo sua opinião acerca da divisão do Estado. Como esperava, a maioria dos parlamentares (16) se manifestaram a favor da divisão do, afinal muitos deles tem bases no sul do Pará e seria interessante para eles essa separação. Os outros deputados se mostraram a favor da decisão por plebiscito e a grande minoria, contra.
O Pará é um dos estados mais ricos do país, contudo, um dos mais difíceis de ser administrados. Segundo o discurso desenvolvimentista, a divisão traria um crescimento sócio-econômico rápido. Pelo fato de muitas pessoas do interior do Pará serem de outros estados e adotarem culturas diferentes não é fundamento plausível para se dividir um Estado, afinal diversidades culturais se vê em qualquer lugar, por isso acho que o discurso de identidade social não é tão relevante. O discurso de extensão territorial diz que com um estado menor é mais fácil de administrar, porém o Pará precisa é de uma maior integração, fazer com que políticas públicas cheguem às regiões marginalizadas. Finalmente, sobre o discurso dos interesses político, nem preciso me aprofundar, né? Obviamente, que há grandes interesses políticos por detrás de toda essa história, camuflados pela idéia da criação de novos aparelhos administrativos para evitar concorrência dos atuais. Claro que políticos que tem sua base política no sul e oeste do Pará são a favor da criação de novos estados, afinal querem se beneficiar com cargos políticos superiores, como os majoritários.
Minha opinião é no sentido de que o Pará precisa de uma maior integração, fazendo com que as políticas públicas cheguem nesses lugares alijados, marginalizados, como disse anteriormente. Essa divisão só servirá para repartição de pobreza e favorecimento político dos grandes interessados, motivo pelo qual, também, sou totalmente contra a divisão do nosso Estado. Não podemos perder nossas cidades, nosso território. Temos que lutar pelos nossos interesses, deixar o conformismo de lado, deixar a inércia de lado.
Claro, como vivemos num país democrático, há opiniões divergentes, contrárias a minha e as de quem é contra a divisão do estado. Contudo, como tenho orgulho de ser paraense, minha vontade é de ver o Pará crescendo sendo o mesmo de sempre, sem divisões.
O ex-Coordenador Geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFPa., Fabrício Gomes, está sendo processado na Justiça Federal por crimes de resistência (art. 329), constrangimento ilegal (art. 146) e crime contra liberdade pessoal (art.329), em razão da ocupação da Reitoria da UFPa. em 2007, quando centenas de estudantes, por quase uma semana, ocuparam o referido prédio na luta por melhores condições de ensino. Como resultado direto desta luta a categoria conquistou, entre outras coisas, a construção de mais um Restaurante Universitário, uma das demandas mais importantes do movimento à época.
A educação superior em nosso país, a exemplo da educação básica (que conhecemos bem), vive um processo de sucateamento. Basta verificarmos que as vagas ofertadas nas Universidades Federais caíram de 30,2% em 2002 para apenas 25,1% em 2008. Enquanto isso a participação das Universidades Privadas, no mesmo período, aumentou de 69,8% para 74.9%. Na verdade estamos assistindo ao desmonte do ensino público em nosso país.
O processo contra Fabrício está correndo na Justiça (nº 5046-27.2009.4.01.3900- 3ª Vara Federal) e ele deve depor na Polícia Federal no dia 12 de maio (quarta-feira).
O SINTEPP repudia essa prática, comum hoje em dia, de criminalizar quem luta pelos interesses populares. Vemos isso na luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na luta sindical, inclusive na nossa própria luta (muitos de nossos dirigentes respondem a processos semelhantes) e agora na luta estudantil.
Enquanto isso a impunidade campeia solta nos crimes de “colarinho branco”. O exemplo mais atual é do ex-governador do Distrito Federal José Arruda, pego, junto com sua quadrilha, na mais deslavada corrupção, mas que está em liberdade. E é claro não podemos esquecer o massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores foram executados e nenhum mandante ou assassino está preso, mesmo depois de 14 anos.
- Contra a criminalização dos Movimentos Sociais
- Todo apoio à luta dos trabalhadores e estudantes